SEJAM BEM VINDOS

Podem matar uma, duas ou até três rosas.
Mas não podem deter a primavera.
Podem matar um, dois ou até três revolucionários.
Mas não podem conter a revolta.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A MAGNITUDE DO SALMO 23 - PARTE I

Quero aqui olhar para o salmo 23 de outro ângulo, e mostrar o quão magnífico é este texto.
Primeiramente observo que Davi compara os servos de Deus à ovelhas. Acredito que esse cotejamento é excelente. A comparação feita por Davi revela nossa fragilidade humana (Jo 15:5b). O homem é um ser efêmero (no sentido de fraqueza) assim como uma ovelha. Com o objetivo de "suportar" essa fragilidade ele busca a paz nos lugares mais remotos, muitas vezes por caminhos tortuosos e desesperadores. Muitos desses caminhos se apresentam em forma de religiões - observe que usei o termo religiões, pois as religiões cativam e aprisionam seus seguidores. O Salmo 23 apresenta um pastor como guia, o único que nos leva ao encontro da paz que buscamos. O Senhor deste salmo é uma pessoa e não uma religião. É alguém presente e não um "guru" evangélico que não se preocupa com as ovelhas.
Nos versículos de número um e dois a frase “nada me faltará” não tem nada a ver com a teologia da prosperidade. Ao usar essa frase Davi não está se referindo a bens materiais, mas a meios de escape que o Senhor nos concede para caminharmos rumo às águas tranqüilas. Esses meios de escape não são, ou, não é, em hipótese alguma uma referência a promessas. Não é uma privação de dificuldade. Jesus não promete livrar ninguém da luta, antes, pelo contrário, o que Ele nos diz é que no mundo teríamos aflições, e que devemos ter bom animo, pois Ele venceu o mundo (Jo 16:33).
As pessoas devem vir ao cristianismo de coração aberto e com gratidão a Deus, e não por promessas que são feitas pelos “gurus” evangélicos. Existe um ditado evangélico que diz que quem não vem por amor vem pela dor – esse é apenas um dos muitos ditados errôneos que foram sendo introduzidos no meio do povo de Deus. Isso não existe, a pessoa vem porque decidiu se entregar. Jesus não obriga ninguém a servi-lo. Todos que o aceitam são mediante suas próprias vontades. Fomos constituídos por livre-arbitrio, sendo assim, em minha opinião é uma vergonha quando alguém diz que veio ao cristianismo mediante a dor. É lamentável como os cristãos usam os termos errados devido à privação do conhecimento. Quem veio sem dor veio por amor, e quem veio mediante as desgraças humanas também veio porque decidiu vim. Ao morrer na cruz do calvário Cristo aceitou a todos como filhos, Ele estendeu os braços para toda a humanidade. Sua graça abrange a todas as camadas sociais, a todas as raças, todas as nações, todas as culturas. A graça é sublime. Basta aceitarmos sua maravilhosa graça e reconhecermos o quanto precisamos Dele. Não há sacrifício, apenas decisão.
Deus na figura de Jesus não obriga ninguém a servi-lo, Ele não castiga ninguém porque decidiu viver longe de sua majestosa presença. Cada um que o ama é porque Ele amou primeiro (1 Jo 4:19), foi Ele quem amou sua criatura quando as formou, foi Ele quem ama seus filhos mesmo quando todos viram as costas, e foi Ele quem se entregou na cruz fazendo maldição por cada um de nós. Sendo assim, ninguém ama a Deus porque sofreu certos importunos, mas o ama porque sua graça se estende até ao mais vil pecador. O amor de Deus é puro e verdadeiro.
O Salmo 23 revela que o caráter de Deus é constituído de justiça, bondade e misericórdia (versos 3 e 6). A preocupação de Deus não é em nos dar bênçãos, mas fazer com que trilhemos caminhos de justiça. Esse salmo revela a maior e mais bela verdade do evangelho: A Justiça de Deus. Em Mateus 5:45 Jesus diz que o Pai Celestial faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.
Em nossa condição humana é difícil entender a justiça de Deus, pois como pode Deus abençoar o cristão sincero na mesma proporção do ateu? Ou que Deus é esse que abençoa o pai de família da mesma forma de abençoa o pedófilo? Não é a toa que a Bíblia diz que os pensamentos de Deus não são os nossos. Esse texto de salmo mostra que os cristãos não são melhores que ninguém, Deus ama todos na mesma proporção. Ele abençoa a todos com sua graça imensurável. Podemos ser os “melhores cristãos”, dando o dízimo, as ofertas, participando de campanhas, orando no monte e no vale, expulsando demônios, ou fazendo qualquer outra coisa em nome de Deus e mesmo assim o amor do Pai não aumentaria por mim. Ou poderia escolher ser o pior cidadão, roubando, matando, destruindo famílias, longe de igrejas, e assim por diante, da mesma forma o amor de Cristo não diminuiria em relação a mim.
Se pudesse dar um sobrenome a Deus o daria de Justiça. Deus é justo.

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